ORGANIZADOR DE ‘RANDANDANDAN’ E SUSPEITO DE ACIDENTE VÃO RESPONDER POR MORTE DE NICOLAS

POLÍCIA

Campo Grande, 02 de junho 2024

Para delegado, eles agiram como dolo eventual e um grau acima da culpa, seja nas manobras realizadas e na organização do evento ilegal

Nicholas morreu no acidente e a moto ficou bem destruída

“Agiu um grau acima da culpa”. A fala em específico é do delegado plantonista Felipe Alvarez Madeira, da Depac Cepol, para o suspeito, de 20 anos, preso em flagrante e ao organizador, de 40 anos, que estava no evento ilegal no Autódromo Internacional de Campo Grande, que terminou em um acidente e culminou na morte de Nicholas Yann dos Santos de Jesus, de 20 anos, durante a madrugada deste domingo (2).

O primeiro, que acabou preso em flagrante enquanto estava internado, foi autuado por homicídio doloso, por assumir o risco, e o organizador, identificado como Manolo, também será responsabilizado pelo crime – outras pessoas podem ser autuadas, principalmente por terem agido na descaracterização da cena do crime.

Em entrevista coletiva, o delegado relatou que o local contava com cerca de 2 mil pessoas, mas todas transitando em meio as manobras realizadas pelos motociclistas, alguns deles, sem o uso de equipamento necessário. O risco gerado era grande.

“As pessoas estavam basicamente realizando manobras, no vulgo empinando motocicletas, num ambiente com vasta quantidade de bebida, sem utilização de capacete ou equipamento de proteção algum, com garupas, provavelmente com pessoas menores de idade, porque não havia controle nenhum de entrada. Então, uma situação fadada a fatalidade”.

Durante seu interrogatório, o suspeito afirmou que estava de capacete e Nicholas estava sem, alegando que a vítima é quem teria invadido a pista dele. Porém, durante as diligências, descobriu-se que o suspeito da morte é quem estava realizando as manobras perigosas e em determinado momento, atingiu o jovem.

“Analisamos o local minuciosamente, analisamos junto da perícia, analisamos o corpo, a única lesão no corpo era de forma de meia-lua, bastante profunda na testa do indivíduo. Então todos os danos provocados no veículo da vítima [Nicholas], indica que ele foi atingido de cima para baixo pela moto do suspeito”.

Por conta dessa análise, contando diretamente com a opinião da perícia, o suspeito foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio doloso. Madeira também ressaltou que o organizador tem culpa nesse acidente, por agir em dolo eventual, “agindo um grau acima da culpa”.

O organizador também deverá ser responsabilizado no que tange o fato de nenhuma pessoa responsável estava no local, além de possivelmente, haver uma ordem para a descaracterização da cena.

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