MARTINE GRAEL E KAHENA KUNZE CONQUISTAM OURO NA VELA

ESPORTE

Campo Grande, 03 de agosto de 2021

Dupla brasileira garantiu o bicampeonato olímpico

Dupla brasileira da vela Martine Grael e Kahena Kunze, conquistaram o bicampeonato nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. As atletas que conquistaram o ouro na Rio 2016, chegaram em terceiro na regata da medalha, classe 49erFX disputada na última segunda-feira (2), ultrapassaram o barco holandês que havia ficado na frente delas durante a classificação e conquistaram o ouro nas Olimpíadas.

Na vela, o Brasil ostenta oito ouros, três pratas e oito bronzes, totalizando 19 medalhas olímpicas na história da modalidade. De acordo com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), as atletas se igualaram a Adhemar Ferreira da Silva, lenda do salto triplo, e a Sheilla, Jaqueline, Fabi, Fabiana, Paula Pequeno e Thaisa, do vôlei, únicos bicampeões olímpicos brasileiros em Jogos seguidos. A dupla também integra o grupo de 15 atletas que conquistaram dois ouros em torneios olímpicos, que incluía apenas dois velejadores, Torben Grael e Robert Scheidt.

Kahena Kunze ressalta a importância de poder representar o Brasil na competição. “É uma honra estar no mesmo patamar de nomes que fizeram a história do esporte olímpico brasileiro. Ainda não caiu a ficha. Ter o Robert aqui mostrou pra gente que não tem idade, se você tem vontade, se você está preparada para aquilo, você pode fazer. A gente não começou bem a nossa semana, mas fomos indo, batalhou cada regata e mostrou que a gente conseguiu chegar ao objetivo”, disse em entrevista ao COB.

As atletas chegaram à medal race na segunda colocação, com 70 pontos perdidos, atrás das holandesas Annemiek Bekkering e Annette Duetz, mas venceram no critério de desempate, após 12 regatas disputadas na ilha de Enoshima. 

Para a atleta Martine Grael, a diferença da corrente no Japão dificultou a realização das provas. “Eu dei uma olhada no píer onde o pessoal estava torcendo, antes da gente descer com o barco e vi que tem uma diferença de corrente bem grande. Eu sou do Rio, de Niterói, conheço bem a baía de Guanabara, e sabemos que uma diferença de corrente favorece um lado ou outro. A gente não tinha uma estratégia certa de um lado ou outro, ia depender de como as adversárias estavam, mas a gente queria largar livre para poder velejar. A gente conseguiu dar uma largada apertada no começo, posicionamos na linha há poucos segundos da largada, mas conseguimos ir bem livre na direita e acho que ter ido rápido e livre foi a chave hoje porque estava com pouco vento. Se você fica no bolo acaba não tendo muito o que fazer”, contou em entrevista ao COB.

Segundo as atletas, foi preciso superar algumas dificuldades nunca antes enfrentadas ao longo de suas carreiras. “No primeiro dia aconteceram umas coisas que a gente mesmo, com muitas horas no barco, nunca tinham vivido. Prendeu a escota num lugar que nunca aconteceu antes. E nenhuma de nós duas é muito supersticiosa, mas a gente prendeu fitinha, pedimos pra abençoar o barco depois. Umas duas ou três coisas que exigiram que a gente tivesse um recomeço para chegar aqui hoje”, explicou Martine.

Conforme o COB, a vela veio para o Brasil no século 19, trazida por imigrantes e tornou-se uma cultura entre famílias de origem europeia, o que inclui as famílias Grael e os Kunze, de onde surgiu a dupla campeã na modalidade. Com a conquista, o Brasil soma 12 medalhas olímpicas conquistadas no Japão, três de ouro, três de prata e seis de bronze.

Lethycia Anjos
Capital News