Ao mesmo tempo que conta com a saída de alguns parlamentares, ex-prefeito da Capital e candidato derrotado ao governo já dá como certa a filiação de dois novos vereadores
Campo Grande, 19 de janeiro de 2023
PSD já teria batido o martelo para que o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad assuma o diretório municipal do partido em fevereiro, com a missão de reestruturar a legenda e evitar uma possível “debandada” motivada pelo fraco desempenho nas eleições gerais do ano passado.
De acordo com fontes ouvidas pelo Correio do Estado, ele recebeu o aceno de pelo menos dois vereadores da Capital interessados em filiar-se à sigla com o retorno do ex-gestor ao comando do diretório municipal.
No entanto, conforme essas mesmas fontes, esses dois vereadores, os quais não tiveram os nomes informados para evitar problemas políticos na eventualidade de ambos desistirem da transferência de partido, condicionaram a migração para o PSD à saída do vereador Junior Coringa da sigla.
O partido já dá como certa a saída do vereador Tiago Vargas, em razão dos posicionamentos tomados pelo parlamentar nas eleições do ano passado, quando, no 2º turno, declarou apoio ao candidato do PSDB, Eduardo Riedel, para governador, principal adversário de Marquinhos no pleito.
O Correio do Estado também apurou que o vereador Silvio Pitu anda insatisfeito com o partido e fala nos bastidores em deixá-lo.
Após a acachapante derrota na eleição para governador do ano passado, quando ficou em sexto lugar, depois de aparecer nas pesquisas como um dos favoritos, ele teria dito a interlocutores mais próximos que o momento é de reorganizar a legenda, mas a verdade é que a sigla está enfraquecida e com grande possibilidade de debandada de vereadores, principalmente na Capital.
Além disso, outro reflexo desse enfraquecimento é o fato de as lideranças estaduais do partido terem perdido espaço em Brasília (DF).
A decisão equivocada do presidente estadual do PSD, senador Nelsinho Trad, de declarar apoio à candidatura do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) também contribuiu para o afastamento dos caciques nacionais, que apostaram na candidatura vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, em troca, ganharam os ministérios de Minas e Energia (Alexandre Silveira), da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Carlos Fávaro) e da Pesca e Aquicultura (André de Paula).
Agora, cabe a Marquinhos Trad a reestruturação do PSD na Capital e também no interior, além da manutenção dos mais de 80 vereadores que a legenda tem em Mato Grosso do Sul.
O ex-prefeito terá a difícil missão de “estancar” a vazão de parlamentares que já se anuncia para a próxima janela partidária, bem como de filiados, contribuindo, assim, com a manutenção da força do partido, já de olho nas eleições municipais de 2024.
Nelsinho Trad confirmou ao Correio do Estado que os diretórios municipais do partido em Mato Grosso do Sul passarão por uma reestruturação. “Deixarei para recompor os diretórios municipais só após o Carnaval. Logicamente, quem quiser e puder vir para somar na PSD será bem-vindo”, afirmou.
FONTE: Correio do Estado