Durante a primeira oitiva da CPI do Transporte, Lúcia Maria Mendonça apontou ausência de transparência e defendeu a reformulação do sistema de mobilidade urbana
Campo Grande, 29 de abril de 2025
A gestão do transporte público de Campo Grande foi alvo de duras críticas durante a primeira oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades no setor, realizada nesta segunda-feira (28). A especialista em mobilidade urbana Lúcia Maria Mendonça afirmou que a Prefeitura não exerce controle efetivo sobre a prestação do serviço à população.
Convidada pela vereadora Luiza para colaborar com os trabalhos da CPI, Lúcia destacou a ausência de gestão sobre dados fundamentais, como o número real de usuários e o uso efetivo do sistema. Segundo ela, a administração municipal precisa assumir o controle da bilhetagem e da arrecadação do sistema de transporte, garantindo maior transparência no fluxo de receitas e no cálculo das tarifas.
“Hoje, a receita é tratada sem qualquer transparência. A bilhetagem deveria ser controlada pela Prefeitura, e a receita precisa ser pública para que todos possam acompanhar. Mobilidade é garantir deslocamento confortável, e o lucro das empresas deve ser regulado por contrato, não pela arrecadação”, afirmou a especialista.
Lúcia também defendeu a criação de um Novo Marco da Mobilidade Urbana para a capital, destacando a necessidade de modernizar os terminais de ônibus, transformando-os em espaços adequados para descanso dos usuários. Para ela, a operação do sistema por empresas privadas é viável, desde que acompanhada por fiscalização rígida e que se evite a formação de monopólios.
Entre as propostas apresentadas, a especialista explicou a diferença entre a tarifa técnica e a tarifa política, reforçando que o valor da passagem deve ser calculado com transparência e justiça, buscando o equilíbrio entre custos e receitas, e não o lucro excessivo.
As declarações foram consideradas fundamentais para os trabalhos da CPI, que busca apurar responsabilidades, investigar possíveis irregularidades e propor melhorias para garantir um serviço de transporte mais eficiente e digno para a população de Campo Grande.
