EM MEIO À EPIDEMIA NO PAÍS, AÇÕES DE COMBATE A DENGUE COMEÇA EM CAMPO GRANDE

CAPITAL

Campo Grande, 31 de janeiro 2024

Diante do aumento dos casos de dengue em todo o País, a prefeitura de Campo Grande é mais uma cidade que também começa a intensificar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. 

Em uma entrevista à Agência Brasil nesta semana, o infectologista Antônio Carlos Bandeira, especialista em saúde pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, manifestou preocupação com o ressurgimento do sorotipo 3 da dengue no país – que não circulava de forma epidêmica há mais de 15 anos. 

Ontem (30),  a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) deu início às ações de combate ao mosquito Aedes aegypti – transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya – em três regiões da Capital, de forma simultânea. 

Ao longo de pelo menos dois meses, cerca de 100 agentes estarão mobilizados nas visitas domiciliares e trabalho de educação em saúde. 

As primeiras ações irão ocorrer nos bairros Indubrasil e Silvia Regina, na Região Urbana do Imbirussu; José Tavares e Vila Cox, na Região Urbana do Segredo; e Monte Castelo e São Francisco, pertencentes à área de abrangência da UBS 26 de Agosto, Região Central. 

Segundo a Sesau, tais localidades estão em alerta para a infestação do Aedes aegypti, conforme levantamento feito pela Coordenadoria de Endemias Vetoriais (CCEV).

Ao longo da semana, os agentes irão vistoriar casas e comércios dos bairros, orientando os moradores sobre as medidas de prevenção e combate ao Aedes e realizando o chamado trabalho de manejo, que consiste no recolhimento de materiais inservíveis potenciais criadouros do mosquito, identificação e eliminação de focos.

Casos

Do dia 1 a 23 de janeiro deste ano, foram notificados 375 casos de dengue em Campo Grande. Até o momento, não houve a notificação de nenhum caso de zika ou chikungunya. 

No ano passado, a Capital registrou 17 mil notificações de dengue e seis óbitos provocados pela doença, enquanto foram notificados 92 casos de zika e 176 de chikungunya.

Já no Estado todo, o boletim epidemiológico mais recente, publicado no sábado (27), foram registrados 1,4 mil casos prováveis e 191 confirmados. 

As cidades de MS em situação mais preocupante são: Aral Moreira, Paranhos, Sete Quedas e Costa Rica, locais com maior incidência. 

Outras ações 

Desde novembro do ano passado, as equipes da secretaria vêm intensificando as medidas de prevenção e controle do vetor da dengue previstas no Plano de Contingência Municipal, que estabelece metas para conter uma possível epidemia de arboviroses, além de estabelecer diretrizes quanto à assistência e organização de fluxo. 

As diretrizes foram publicadas prevendo estratégias a serem executadas até 2025 para evitar o aumento no número de casos.

“Paralelamente ao chamado trabalho de manejo, que consiste na vistoria de imóveis, recolhimento de materiais inservíveis e eliminação de focos, a Sesau também tem reforçado as ações educativas e de mobilização social nas sete regiões urbanas, distritos e assentamentos (Zona Rural) de Campo Grande, para orientar a população sobre as medidas para a prevenção às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Tais iniciativas também são reforçadas na Atenção Primária, por meio das unidades básicas e de saúde da família, e nas escolas em período letivo”, informou a pasta. 

Outra medida é a pesquisa com o Método Wolbachia, que ainda está em andamento, desde 2022. 

A técnica consiste no controle biológico de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a partir da liberação de mosquitos com a bactéria capaz de inibir a transmissão das doenças. 

Segundo a Sesau, o trabalho está em fase de finalização e a mensuração de resultados depende ainda de análise, que pode levar cerca de um ano. 

Brasil 

Conforme números divulgados nesta terça-feira (30), em Brasília, pelo Ministério da Saúde, durante encontro entre representantes da Sala Nacional de Arboviroses, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), o ano de 2024 deve registrar 1,9 milhão de casos de dengue no Brasil. 

Essa estimativa, entretanto, pode variar de 1,4 milhão até 4,2 milhões de casos. Apenas nas primeiras quatro semanas do ano, o país já contabiliza um acumulado de 217,8 mil casos prováveis da doença. Há ainda 15 mortes confirmadas e 149 em investigação.

A incidência é de 107,1 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto a taxa de letalidade está em 0,9%.  

*Com informações de Agência Brasil.