Campo Grande, 28 de dezembro de 2023
O período é de férias, mas nos bastidores a movimentação é intensa, principalmente de vereadores e pré-candidatos a vagas no legislativo no próximo ano. Mudanças na regra eleitoral tornarão a campanha ainda mais difícil em 2024
Até 2020, os partidos podiam lançar até 150 % do número de vagas da Câmara dos Vereadores local. Por exemplo: se o município poderia ter 20 vereadores, a legenda estava autorizada a ter até 30 candidatos.
Já em 2024, os partidos terão um limite menor. Com a nova legislação, as legendas poderão ter um candidato a mais que a oferta de cadeiras na Câmara dos Vereadores. Neste caso, se há 20 vereadores na cidade, cada sigla poderá ter 21 candidaturas. Na Capital, onde as legendas poderiam ter mais de 40 candidatos, nesta eleição serão apenas 30, visto que o número de cadeiras é de 29.
A disputa também favorecerá os grandes partidos por conta do novo cálculo para o preenchimento das vagas de sobra, que só serão disputadas por partidos que alcançarem mais de 80% do quociente eleitoral. Além disso, os candidatos (as) devem ter recebido votos diretamente em número de no mínimo 20% desse quociente.
A nova medida vai impedir que candidatos de partidos menores sejam alavancados por uma única candidatura puxadora de votos, conseguindo mais cadeiras no legislativo. A medida vai beneficiar as chapas que tiverem uma chapa mais consistente.
Janela partidária
Com a redução do número de candidatos, os interessados estão de olho na composição das chapas, que serão mais pesadas, diante das exigências da nova legislação eleitoral. Quem não tem tanta visibilidade, aposta em uma chapa menos forte, mas também precisará garantir mais votos para assegurar uma vaga, já que precisará de no mínimo 20% do quociente eleitoral.
A expectativa é de que muitos vereadores troquem de partido na janela eleitoral que abre no primeiro semestre. Na capital, o maior beneficiado deve ser o PSDB, que tem o Governo do Estado e promessa de boa estrutura. Em segundo lugar aparece o PP, que hoje tem a prefeitura e é liderado pela senadora Tereza Cristina.
No PSDB, a expectativa é de que o partido passe dos atuais três para até nove vereadores, só na janela partidária. Já o PP, que tem dois representantes, pode ganhar mais três cadeiras, chegando a cinco.
Foto: Câmara/CG/Wendell Reis/InvestigaMS