Campo Grande, 15 de julho de 2021
O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, explica que este tipo de atendimento é extremamente importante para evitar o agravamento de sequelas motoras e respiratórias que eventualmente possam ocorrer em pacientes acometidos pelo coronavírus
Desde o início da pandemia da Covid-19, março de 2020, Campo Grande tem se destacado pelo seu protagonismo e ações inovadoras de enfrentamento à doença, que vão desde a adoção preventiva de medidas mais restritivas à estruturação da rede de assistência e implementação de projetos pioneiros, a exemplo do primeiro ambulatório público do País para tratamento de pacientes com doenças residuais provocadas pelo coronavírus.
O serviço foi inaugurado em setembro do ano passado, fruto de uma parceria com a Associação dos Amigos dos Excepcionais (APAE) de Campo Grande. O ambulatório funciona no Centro Especializado em Reabilitação da APAE (CER/APAE). O encaminhamento é realizado através do sistema de regulação municipal, onde é feito o agendamento para avaliação de cada caso.
O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, explica que este tipo de atendimento é extremamente importante para evitar o agravamento de sequelas motoras e respiratórias que eventualmente possam ocorrer em pacientes acometidos pelo coronavírus.
“O objetivo é assegurar que este paciente possa ter um acompanhamento adequado o que, consequentemente, irá resultar na melhoria da sua qualidade de vida”, destaca.
Desde a sua inauguração, o ambulatório já recebeu e ajudou na recuperação de centenas pacientes que perderam o paladar, tiveram sequelas motoras, respiratórias e até psicológicas, que precisam de reabilitação com uma equipe multiprofissional. A unidade atende desde crianças até idosos.
Os pacientes são admitidos com sequelas persistentes causadas pela covid-19, que apresentam um amplo espectro de manifestações.
As principais sequelas são: falta de ar, tosse, cansaço extremo, fadiga, dificuldade de andar (frequentemente com necessidade de cadeiras de rodas), dependência nas atividades da vida diária, dificuldade na deglutição e mastigação, depressão, ansiedade, pânico, medo, déficits cognitivos (como alterações da memória), perda de peso, casos de AVC (Acidente Vascular Cerebral), complicações cardíacas (arritmias, miocardites, insuficiência cardíaca), diabetes, polineuropatias (distúrbio dos nervos), que apresentam os principais sinais: formigamento e dormência, dor em queimação e fraqueza muscular.
As sequelas podem acometer mesmo os pacientes que tiveram contato com a forma mais branda da doença, e não somente em casos graves, como por exemplo, os pacientes que ficaram hospitalizados com necessidade de entubação.
O ambulatório conta com profissionais altamente capacitados em reabilitação/habilitação e cuidados paliativos, como Médico Fisiatra, Médico Cardiologista, Médico Pediatra, Médico Neurologista, Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional, Enfermagem, Nutricionista, Psicólogo, Assistente Social e Fonoaudiólogo.
UERD
Campo Grande dispõe ainda de um segundo ambulatório de reabilitação pós-Covid, mantido exclusivamente pela Prefeitura. O serviço iniciou em janeiro deste ano.
O acompanhamento também é feito por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais da área de fisioterapia, educação física, psicologia e nutrição.
A indicação é para pacientes que apresentam cansaço ou falta de ar para conseguir fazer atividades que eram realizadas rotineiramente antes da Covid-19 e fadiga, fraqueza muscular ou respiratória, principalmente quando afetar o desempenho das atividades de vida diária ou laborais.
O paciente passará por uma avaliação global com a equipe multidisciplinar e, a partir de então, será traçado o programa de tratamento do mesmo, podendo ser de frequência de duas a três vezes por semana.
O pedido de encaminhamento deve ser feito na unidade básica de saúde mais próxima pelo profissional médico, via sistema de regulação (Sisreg), acompanhado de atestado de liberação para realização de atividade física.
O atendimento é feito somente por agendamento na Unidade Especializada em Reabilitação e Diagnóstico (UERD), localizada na Rua Mal. Hermes, 842 – Vila Almeida.
Outras iniciativas
Campo Grande também foi uma das primeiras cidades do País a implementar um polo para atendimento de pacientes com Covid-19, que funcionava no Parque Ayrton Senna, onde hoje funciona um drive para vacinação.
O Município implementou também um o serviço de Teleconsulta para atender pacientes com suspeita da doença. Recentemente, o atendimento foi desmembrado criando o programa “Alô, mamãe”, para telemonitoramento de gestantes que se vacinaram contra o Covid-19.
Fonte: CG Notícias