JUSTIÇA DÁ 48H PARA FEDERAÇÃO DE FUTEBOL SE MANIFESTAR SOBRE AFASTAMENTO DE PRESIDENTE

CAPITAL

CBF deve nomear interventor para comando temporário na Federação de Futebol

Campo Grande, 27 de maio de 2024

Em resposta ao pedido da Procuradoria Jurídica Desportiva para afastar Francisco Cezário de Oliveira do cargo de presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), devido à sua prisão sob suspeita de corrupção, o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), Patrick Hernands Santana Ribeiro, concedeu um prazo de 48 horas para que a entidade esportiva se manifeste.

No despacho, Santana Ribeiro também determinou, a pedido da Procuradoria, a comunicação à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para nomear um interventor que assuma o comando da FFMS. “Defere-se o pedido de expedição de Ofício à CBF, com as nossas mais sinceras homenagens, para que a mesma avalie o caso concreto e, com a sabedoria que lhe é peculiar, nomeie com urgência o competente interventor para assumir a regularização do comando da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul”, escreveu o presidente do TJD.

Quanto ao pedido de liminar para afastar Cezário da função, Santana Ribeiro entendeu não haver prejuízo em aguardar a resposta da Federação antes de decidir sobre a solicitação.

Francisco Cezário, foi preso na manhã de terça-feira (21) em Campo Grande durante operação Cartão Vermelho do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga o desvio de R$ 6 milhões da Federação.

De acordo com informações do próprio Ministério Público, os desvios de recursos ocorriam por meio de saques frequentes em espécie, realizados de forma a não exceder R$ 5.000,00 por transação, evitando assim a detecção pelos órgãos de controle. Ao todo, foram efetuados mais de 1.200 saques, totalizando mais de R$ 3 milhões.

• Saiba mais sobre a operação “Cartão Vermelho”

Além disso, o esquema incluía a apropriação indevida de diárias de hotéis pagas pelo Estado para jogos do Campeonato Estadual de Futebol, bem como a prática de receber parte dos valores pagos a fornecedores da Federação. No período de setembro de 2018 a fevereiro de 2023, os valores desviados ultrapassaram R$ 6 milhões.

Vivianne Nunes
Capital News